domingo, 27 de dezembro de 2009

A conferência climática da ONU em Copenhague..

DEPOIS DE UM ENCONTRO QUE TEVE GASTOS MILIONÁRIOS E UMA DECISÃO FRACA COM RELAÇÃO A DIMINUIR A EMISSÃO DE CO2, FICA A DÚVIDA - ESSES "LÍDERES" MUNIDAIS SÃO LOUCOS OU ESTÃO TENTANDO ENGANAR O MUNDO COM FALSAS PESQUISAS DE AQUECIMENTO?

VEJAM A REPORTAGEM DA REVISTA ISTO É Edição: 2093

Assim deve ser o mundo

Se não conseguirmos conter o aquecimento global, nosso planeta mudará radicalmente nas próximas décadas. Conheça esse futuro sombrio

Eduardo Araia e Hélio Gomes

TERRA QUENTE Queimadas, como a da foto feita no Pará, cospem toneladas de CO2 na atmosfera

Graças à evolução impressionante das técnicas de computação gráfica, o cinema-catástrofe volta a viver uma fase de ouro em Hollywood. O talento de artistas para criar tornados digitais, tempestades de neve virtuais e toda sorte de hecatombe leva milhões de pessoas às salas de projeção. Um dos filmes recentes do gênero, “O Dia Depois de Amanhã” (2004), mostra o que uma crise ambiental de proporções gigantescas pode causar em nosso planeta. Sucesso imediato.

Infelizmente, o enredo que se desenrola à nossa frente parece ter semelhanças demais com a ficção. Se não tomarmos medidas concretas para deter o avanço do aquecimento global, a Terra pode sim mudar radicalmente e virar o cenário de uma história catastrófica, da qual seremos tristes protagonistas. Caso a humanidade consiga limitar o aumento na temperatura em 2ºC até 2100, objetivo perseguido em vão durante a COP-15, já teremos de lidar com alterações significativas (leia quadro abaixo). Se não fizermos absolutamente nada e continuarmos a emitir gases do efeito estufa no mesmo ritmo das últimas décadas, os termômetros podem subir até 5,8ºC ao final do século. Neste caso, melhor seria procurar outro planeta disponível para abrigar alguns bilhões de pessoas.

O principal gás do efeito estufa emitido pela atividade humana é o CO2, proveniente do consumo de combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás –, das queimadas das florestas e das atividades agrícolas. Antes da Revolução Industrial, o nível de CO2 no ar rondava as 290 partes por milhão (ppm). Em 2009, alcançou 385 ppm, e a cada ano sobe entre 2 ppm e 3 ppm. Quando se somam o metano e outros gases do efeito estufa ainda mais poluentes, esse nível já atinge cerca de preocupantes 440 ppm.

DANO IRREVERSÍVEL
Mesmo que zerássemos as emissões de CO2 hoje, a Terra ficará 0,50C mais quente até 2040

Atitudes conjuntas As mudanças e adaptações impostas pela atual situação são de responsabilidade de todos. Se os líderes mundiais patinaram em Copenhague, cabe à sociedade civil cobrar atitudes locais de seus governantes. A cada um de nós, ainda resta a oportunidade – ou obrigação – de tomar atitudes ambientalmente adequadas no dia a dia. A informação está disponível, seja nas páginas desta edição de ISTOÉ, seja nos inúmeros sites e publicações sobre o estilo de vida verde. Basta querer.

O fato, facilmente confirmado pelas recentes vítimas das enchentes na cidade de São Paulo, é que já vivemos em um planeta em mutação climática. Como o CO2 fica aproximadamente 30 anos na atmosfera do planeta, a temperatura média global deve subir cerca de 0,5ºC nas próximas décadas, quaisquer que sejam as medidas tomadas para diminuir as emissões. Portanto, vêm aí tempos mais difíceis para todos – porém, no mínimo instrutivos, como observa Thaís Murce, ex-coordenadora do Programa Tecnológico de Mitigação das Mudanças Climáticas do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e atual gerente da Petrobras Biocombustível: “O aquecimento global desfavorece o desenvolvimento sustentável, mas, ao mesmo tempo, buscar essa sustentabilidade é muito importante no processo para aumentar nossa resiliência às mudanças climáticas. Temos de desenvolver novos processos e negócios com essa consciência.”

Futuro de dor
Saiba como poderá ser o planeta no ano 2100 se a temperatura média subir 2ºC




"Copenhague Derreteu"

Carlos José Marques, diretor editorial

O mundo decidiu adiar em mais um ano o compromisso de controle das emissões de gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Adiaram o inadiável. A ideia de retardar o acordo veio justamente dos EUA e da China, nações que estão entre as mais poluidoras do planeta. O argumento das duas: ainda não estão em condições de assumir metas de redução. Acham prematuro fechar um número seguro em poucas semanas para apresentar na Conferência do Clima que acontece em Copenhague, no mês de dezembro.

Ficou então definido um prazo maior, até o final de 2010, quando efetivamente sairia o tratado com força de lei para combater o aquecimento global.
Nesse campo do aquecimento, a situação já é de calamidade. Nenhum país minimamente informado tem como negar. As mudanças do clima e a desordem nas estações tempestades de chuva, neve e granizo fora de hora, enchentes, furacões e tornados com força incomum avançam em cadência acelerada.
As grandes catástrofes naturais viraram corriqueiras e Copenhague apresentava-se como passo definitivo para virar o rumo desse processo. Pelo acertado na semana passada entre EUA e China, com a chancela de outros 18 países participantes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, Copenhague vai agora se resumir a passo preliminar, com uma declaração de intenções dos participantes sobre o controle dos gases jogados na atmosfera.
Não haverá metas compulsórias, em especial por parte das maiores potências. A questão em jogo é puramente de ordem econômica e política. Por um lado, países temem comprometer o desenvolvimento de seus mercados. Por outro, esbarram em resistências internas, de empresários a parlamentares/lobistas.
Nos EUA, o Congresso impôs uma trava consistente nesse aspecto. Mesmo o projeto de corte de meros 17% sobre o nível atual de emissões, já enviado pela Casa Branca, foi barrado na saída. Por convicção, o líder do mundo livre, Barack Obama, manifestou seu interesse em resolver o problema, mas precisa de um apoio político que não tem.
No retrato do momento, o Brasil está se saindo melhor. Projetou-se na vanguarda da discussão ao estabelecer um generoso percentual de redução de emissões – de 36,1% a 38,9% – para o período de 2010 a 2020.Ainda não definiu exatamente como, em que prazo e a que custo irá cumprir esse objetivo. Mas surpreendeu economias desenvolvidas com uma meta concreta e pode se converter em líder do movimento de proteção ao planeta.
O presidente Lula quer mais. Está comandando uma reação para salvar Copenhague a partir de uma aliança que começou a costurar em sua passagem na semana passada pela Europa. França, Inglaterra e Itália, além de países da África e de uma parte da Ásia, todos sensíveis ao temor de que a demora pode provocar um cenário irreversível, pretendem assinar um manifesto, a ser lido por Lula, pedindo urgência nas medidas.

Parece miopia ou insensibilidade o descaso com que as grandes nações poluidoras tratam o tema. Se seguirem assim, vão ter que pagar um preço caro demais lá na frente.

sábado, 14 de novembro de 2009

A CRISE ENERGÉTICA JÁ EXISTE A MUITO TEMPO - O BRASIL ESTÁ MUITO ATRASADO NESTA ÁREA

Revista Isto É - Edição 2088 - 18 NOV/2009
O apagão que acende a oposição

Com causa ainda obscura, o maior blecaute da história do País cai como um raio na candidatura oficial e energiza o debate eleitoral

Sérgio Pardellas, Claudio Dantas Sequeira e Fabiana Guedes
ESCURIDÃO Cerca de 60 milhões de brasileiros foram afetados pelo blecaute da terça-feira 10

O atendente Wagner Dias Santos, 35 anos, ainda não havia conseguido entender por que o trem que o levaria para casa na periferia de São Paulo simplesmente parou na noite da terça-feira 10 e tudo escureceu quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para a ministrachefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no fim da noite da terça-feira 10. Foi um telefonema rápido, com um só objetivo: aconselhar Dilma a desaparecer dos olhos da opinião pública enquanto não se soubesse o que estava acontecendo. "Dilminha, sai fora disso. Saia de cena. Pelo amor de Deus, não dê nenhuma entrevista sobre o assunto", disse o presidente à candidata governista à sua sucessão. Enquanto Wagner resignavase a passar a noite dentro de um vagão com outras 50 pessoas, Dilma decidiu seguir o conselho à risca.
"Nós temos mais uma certeza: não haverá mais apagão elétrico no Brasil"
Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, na quinta-feira 29 de outubro

Em meio ao festival de informações desencontradas que prosseguiria até o início da noite da quarta-feira, 21 horas depois do blecaute que escureceu 800 cidades de 18 Estados brasileiros, Dilma não se pronunciou sobre o assunto. Só na noite da quinta-feira a candidata apareceu para dizer que o apagão atual era diferente do apagão ocorrido no governo de Fernando Henrique Cardoso. E nada mais.

Naquele momento, Lula, como os outros 60 milhões de brasileiros atingidos pelo apagão, ainda não tinha ideia do que estava acontecendo, mas sabia exatamente que aquela escuridão reacenderia uma oposição que andava letárgica. Assim como fizera dez anos antes, quando um blecaute deixou às escuras a maior parte dos Estados do Centro-Sul do País, Lula tinha certeza de que os oposicionistas tentariam usar o fato politicamente. Estava certo. Mal o dia havia clareado e os deputados e senadores do PSDB e do DEM iniciaram os ataques. O goiano Ronaldo Caiado, líder do DEM na Câmara, afirmava que o apagão jogava uma pá de cal na candidatura de Dilma.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) dizia que a imagem de boa gerente de Dilma havia desaparecido. "O governo se perde em explicações que não convencem", disse. Na outra ponta, o governo decidiu contra-atacar afirmando que o blecaute havia acontecido por uma fatalidade - um raio -, e não por falta de investimentos no setor. "É diferente da época de FHC, quando faltou investimento; agora foi um problema localizado", disse o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.
FOTOS: WILTON JUNIOR/AE; ROBERTO CASTRO/AG. ISTOÉ; ARTE: RICA RAMOS

No dia seguinte ao apagão, a sensação dos brasileiros foi de "deja vu". Como em 1999, a causa oficial do caos que tomou conta do País foi um inocente raio. Também como há dez anos a discussão descambou para o lado político. E mais uma vez os especialistas na área contestaram de forma veemente as explicações do governo. "Pode ter sido tudo, menos um raio", disse o ex-gerente da área de energia da Petrobras e especialista em energia da USP, Ildo Sauer.
A opinião de Sauer, comum a muitos outros especialistas, foi respaldada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Temos 99% de certeza de que o problema foi por falha no sistema. Não havia ocorrência de raios na região de Itaberá (SP) naquele momento", disse Osmar Pinto Jr., coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, poucas horas após o anúncio oficial do governo de que descargas elétricas haviam atingido as linhas de transmissão na altura da cidade paulista. Confrontado com essas informações, o ministro Lobão se limitou a dizer: "Foi um raio e esse assunto está encerrado."
Para o governo até pode estar. Mas para a candidata do governo - e para a oposição - ainda deve render muito debate. A estratégia do governo é colocar o blecaute na conta do PMDB, que controla quase todo o sistema elétrico brasileiro (leia quadro na pág. anterior). Mas isso não deve blindar Dilma por inteiro. O setor de energia é a área de especialidade dela e foi a ministra quem desenhou o sistema elétrico atual. Nos próximos programas eleitorais a oposição incluirá as falas de Dilma garantindo que o País está livre dos apagões.
Há duas semanas, Dilma disse em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da Radiobrás, que o Brasil estava a salvo de novo apagão elétrico. "Nós também temos uma outra certeza: que não vai ter apagão." Na quinta-feira 12, mudou o discurso: "Não estamos livres de blecautes, temos sempre que melhorar o sistema", afirmou. O tamanho do estrago na imagem da ministra poderá ser medido por uma pesquisa de opinião pública encomendada pelo PT. Mas o Planalto não precisa de levantamentos, sabe que ela sofrerá um arranhão: "Se tivesse acontecido no período eleitoral seria desastroso", disse um ministro.
COLATERAL Sobrecarga na volta da energia causou incêndio no apartamento de Euler e Ângela
Alheios às disputas do Planalto, os brasileiros ainda permanecem atônitos com o que aconteceu. A informação de que um simples raio pode deixar às escuras a maior parte do País explicita que o sistema não é tão confiável assim. Após o susto, muitos brasileiros agora começam a contar os prejuízos. Euler Matheus, 65 anos, publicitário aposentado, e sua mulher, Ângela, professora, 62, donos de um apartamento na zona sul do Rio, sofreram duplamente naquela madrugada de quarta-feira. Além do desconforto causado pelo apagão, ainda foram vítimas de um incêndio iniciado com o retorno da energia. "Houve uma sobrecarga e a geladeira pegou fogo", conta Euler. Boa parte do apartamento foi destruído. "Mas o pior foram quadros de artistas como Gonçalo Ivo, Djanira, Tomie Ohtake, uma coleção que comecei 40 anos atrás e que foi seriamente danificada", diz ele. "Alguns foram absolutamente queimados."
Assim como Euler, Ângela e Wagner Santos, o atendente que precisou dormir no trem paulistano, ninguém entendeu muito bem o que aconteceu naquela terça-feira obscura. E, no que depender dos políticos brasileiros, provavelmente ficarão sem saber. Até agora, a grande preocupação tanto do governo quanto da oposição é discutir de quem é a culpa, quem é melhor, quem é pior e quem se apagou mais. Ao que parece, descobrir o que de fato aconteceu e o que fazer para evitar que um blecaute dessa proporção volte a acontecer não é tão importante quanto a disputa eleitoral do ano que vem.

Colaboraram: Larissa Domingos e Adriana Prado

domingo, 27 de setembro de 2009

30 HORAS PARA PODER PRESTAR UMA MELHOR ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES

CAMPANHA PELA JORNADA DE TRABALHO DE 30 HORAS PARA A ENFERMAGEM

ENFERMAGEM VALE A VIDA.


JORNADA DE 30 HORAS SEMANAIS PARA OS TRABALHADORES DA ENFERMAGEM BRASILEIRA

A Enfermagem congrega Enfermeiras(os), Técnicas(os) e Auxiliares de Enfermagem. É a única profissão que permanece na assistência durante as 24 horas, nos 365 dias do ano, sendo essencial na organização e funcionamento de todos os serviços de saúde, públicos e privados.

A Jornada de 30 horas é uma luta pela valorização e dignidade dos trabalhadores da Enfermagem, maior força de trabalho na saúde, mais de um milhão e trezentos mil trabalhadores, responsáveis por grande parte das ações de prevenção de doenças e promoção da saúde no Brasil.

Ressalte-se que a Enfermagem é formada majoritariamente por mulheres que, além das atividades profissionais, cumprem dupla ou tripla jornada diária de trabalho, pois assumem, também, as responsabilidades no âmbito doméstico e familiar.

Atualmente, o desafio é a construção de um sistema de saúde universal, equânime, integral e resolutivo. Para tanto, torna-se imprescindível melhorar as condições de trabalho e promover a qualidade de vida dos trabalhadores para se alcançar a melhoria nas ações e serviços de saúde.

Outro desafio brasileiro é a criação de novos postos de trabalho, inclusive para enfrentar a crise econômica e financeira que já provoca ameaças no âmbito mundial. Para a maioria dos países, uma das estratégias de enfrentamento dessa crise é a redução da jornada de trabalho.

As organizações representativas da Enfermagem brasileira reivindicam a imediata regulamentação da jornada dos trabalhadores da Enfermagem.

A Jornada de 30 horas é um direito dos trabalhadores da Enfermagem, pois estão expostos aos riscos ocupacionais inerentes à sua atividade profissional. Garantir condições adequadas de trabalho e um atendimento resolutivo aos usuários é um dever dos gestores do sistema de saúde.

Para que os trabalhadores da Enfermagem possam acolher e cuidar bem das pessoas, precisam estar qualificados profissionalmente e preparados emocionalmente e fisicamente.

Assim, a Jornada de 30 horas é uma necessidade.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) da Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda a Jornada de 30 horas, argumentando que é o melhor para pacientes e trabalhadores da saúde do mundo inteiro.
A II Conferência Nacional de Recursos Humanos para a Saúde de 1993 propôs que, "considerando a natureza da atividade em saúde, a jornada máxima de trabalho para os trabalhadores de saúde seja de 30 horas semanais".

Todas as últimas conferências nacionais, estaduais e municipais de saúde têm aprovado a Jornada de 30 horas semanais para os trabalhadores da área.

Não dá mais para esperar, a Enfermagem precisa conquistar este direito: 30 horas semanais de trabalho.

Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn http://www.abennacional.org.br/
Conselho Federal de Enfermagem – COFEN http://www.portalcofen.gov.br/

domingo, 6 de setembro de 2009

CHEGAMOS AO PRIMEIRO LUGAR POR MORTE

No dia 18 de julho de 2009 escrevi aqui neste blog que o BRASIL estaria correndo o risco de ser o primeiro colocado em número de mortes por gripe suína devida a política de atuação no tratamento que adotou no início do surto no pais.

Infelizmente os gestores da nossa politica de saúde no BRASIL nos colocou em primeiro lugar com 657 mortes.

Leiam a reportagem abaixo que estão divulgando pelo mundo.

JORNAL DO COMÉRCIO
05/09/2009

Brasil lidera mortes por gripe suína no mundo, destaca CNN Agência Estado

Entre as manchetes do site da CNN neste sábado (5) está a notícia de que o Brasil é o país no mundo com mais casos de mortes pela gripe suína. Tendo como fonte o Ministério da Saúde do Brasil, o site destaca que 657 mortes foram confirmadas com o vírus H1N1 e 7.569 novos casos foram registrados de 25 a 29 de agosto. Segundo o ministério, o número de casos, no entanto, tem diminuído nas últimas três semanas. Em termos de taxa de mortalidade, que considera as mortes pela gripe em relação ao número de habitantes, o Brasil está em sexto lugar e os Estados Unidos, em 12º. A Argentina aparece em primeiro lugar per capita, segundo as autoridades oficiais.

Para mostrar a incapacidade na gestão da saúde no País, estão querendo ressucitar a CPMF com o nome de CSS. O discurso é que precisam suprir os gastos com GRIPE SUÍNA.

Quero lembrar a todos os brasileiros que, mesmo com o fim da CPMF o Brasil aumentou a arrecadação, isso mostar que não há necessidade de voltar a cobrar este imposto. O que falta é gerenciamento correto e, principalmente, honestidade dos Gestores na hora de usar os recursos financeiros, pois o que se vê muitas vezes são Gestores incompetentes que estão ocupando cargos em Secretarias e direções sem nenhuma formação em Gestão, mas com um padrinho político muito forte politicamente. São cargos que tem um peso na hora de negociações de apoio a campanhas politicas.

Acredito que determinados cargos como DIREÇÃO DE HOSPITAL deveria ser concurso ou eleição, onde os funcionários escolhem, com voto direto o mais capacitado, com direito a debate para discutir propostas.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A LUCRATIVA PANDEMIA DE DONALD RUMSFELD

SERÁ QUE FOI UMA GRIPE CRIADA EM LABORATÓRIO?

" Considero uma bênção ter sido o cientista responsável por inventar o Tamiflu "Norbert Bischofberger, cientista









Inventor do Tamiflu, única droga eficaz contra a gripe suína, fica cada vez mais rico à medida que o mundo tenta combater a epidemia do vírus H1N1.



O doutor Norbert Bischofberger fica irritado quando alguém argumenta que ele está cada vez mais rico graças à gripe suína, também conhecida como Influenza A. Mas a verdade é exatamente essa. Como inventor do Tamiflu, única droga eficaz contra o vírus H1N1, o austríaco tem direito a uma saudável fatia dos lucros obtidos com o medicamento.

Rendimento que tem disparado em consequência de os governos, preocupados com a pandemia, estocarem mais e mais doses do remédio. Bischofberger liderou o time que, nos anos 1990, desenvolveu o medicamento no laboratório americano Gilead e pavimentou seu caminho para a vice-presidência da companhia, cargo que ocupa até hoje.

Além da porcentagem direta das vendas do Tamiflu, portanto, Bischofberger também ganha sempre que o Gilead recebe mais e mais royalties sobre o comércio do medicamento, atualmente distribuído pela suíça Roche. Sem contar sua fatia no Tamiflu, Bischofberger acumula um salário anual de US$ 650 mil no laboratório.

Além disso, ele tem mais de US$ 53 milhões em opções de compra de ações do Gilead, papéis que também se valorizam à medida que as vendas do Tamiflu crescem. Segundo a Roche, apenas nos seis primeiros meses deste ano, as vendas de Tamiflu chegaram a US$ 938 milhões. Governos de países de todo o mundo foram responsáveis por US$ 612 milhões desse total, de acordo com o laboratório. Segundo Bischofberger, porém, o dinheiro não foi sua motivação para desenvolver o medicamento. Para ele, foi uma bênção ter sido o cientista responsável pela criação da droga, pois ela pode fazer a diferença na vida de várias pessoas.

O austríaco vai mais longe, e diz que o trabalho, e não o dinheiro, é o que mais importa para ele. Segundo Bischofberger, independentemente do quanto ganha, acorda diariamente às quatro e meia da manhã e, às sete, já está no escritório. Ainda que diga não se importar com dinheiro, o austríaco sabe o que fazer com ele. Recentemente, ele adquiriu o Hotel Sonne, no norte da Áustria, por 12 milhões de francos suíços (cerca de US$ 11,03 milhões), para transformálo em um spa de luxo.

Indiretamente, Bischofberger aposta que continuará lucrando alto com o Tamiflu, já que não espera melhora no quadro da pandemia mundial de Influenza A. O cientista relativiza informações que indicam que o vírus H1N1 começa a se tornar resistente ao medicamento. Para Bischofberger, esses dados podem ser resultado de avaliações feitas em pacientes menos sensíveis ao Tamiflu, e não porque o remédio não é mais eficaz.

Além disso, não há atualmente no mercado nenhuma droga tão eficiente quanto essa para o combate à gripe suína. Ainda que vários outros medicamentos estejam sendo desenvolvidos, assim como vacinas contra a doença, é pouco provável que possam afetar a demanda cada vez maior pela droga no curto e médio prazos.

A preocupação de governos, como o brasileiro, ainda deve sustentar as vendas do remédio por um bom tempo. Pensando nisso, a própria Roche já começou a elevar sua capacidade de produção. Em 2010, o laboratório espera ter condições de fabricar anualmente até 400 milhões de doses do Tamiflu. Tudo isso contribuirá, também, para elevar os rendimentos do dr. Bischofberger. Ele, porém, também se mostra preocupado e, a exemplo dos governos de todo o mundo, começou a estocar em casa o medicamento que inventou.

Conhecendo o inimigo de perto, ele afirma que uma bactéria ou vírus como o H1N1 representa uma ameaça muito maior à humanidade do que uma guerra nuclear. Mas, enquanto a hecatombe biológica não acontece, sua conta corrente vai muito bem, obrigado

REPORTAGEM PUBLICADA NA REVISTA ISTO É.

OBS: ESQUECERAM DE PUBLICAR QUE:

DONALD RUMSFELD presidiu a direção da GILEAD SCIENCES até 2001, saindo da presidência da empresa neste ano para ser nomeado Secretário de Defesa no primeiro governos de George W. Bush, EX-PRESIDENTE DO ESTADOS UNIDOS. O honorável presidente preocupado com a saúde de seu povo que em 2005 aprovou um orçamento no qual 1,2 bilhões de dólares estavam destinados a ex-companhia de RUMSFIELD para fabricar 20 milhões de doses de TAMIFLU com o fim de evitar as supostas 2 milhões de mortes nos EUA por causa da GRIPE AVIÁRIA.

Sabe quantas vítimas fatais houve da GRIPE AVIÁRIA entre os anos de 2003 e 2009?
272

No que estabelece uma média de 39 mortes por ano.
Parece muito, mas sabia que a gripe comum mata 500.000 pessoas por ano no mundo?

Segundo o Conselho Nacional de Segurança uma pessoa teria mais possibilidade de morrer eletrificada por um raio que pela GRIPE AVIÁRIA.

A companhia de DONALD RUMSFELD (maior acionista da empresa) chegou a um acordo com o laboratório multinacional suíço ROCHE para fabricar e distribuir o TAMIFLU até o ano de 2016 em troca de uma comissão de 10% da renda total.

Só para relembrar: O tal DONALD RUMSFELD como Secretário de defesa, foi conivente com o BUSH quando acusaram o Iraque de ter criado armas quimicas e que até hoje não foi achado nenhuma arma quimica no país.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

GRIPE SUÍNA - PERGUNTAS & RESPOSTAS

1.- Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?

Até 10 horas.

2. - Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?

Torna o vírus inativo e o mata.

3.- Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?

A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.

4.- É fácil contagiar-se em aviões?

Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.

5.- Como posso evitar contagiar-me?

Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.

6.- Qual é o período de incubação do vírus?

Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente.

7.- Quando se deve começar a tomar o remédio?

Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%

8.- De que forma o vírus entra no corpo?

Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.

9.- O vírus é mortal?

Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é a pneumonia.

10.- Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?

Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.

11.- A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?

Não porque contém químicos e está clorada

12.- O que faz o vírus quando provoca a morte?

Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o que ocasiona a morte.

13.- Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?

Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.

14.- Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?

De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno.

15.- Onde encontra-se o vírus no ambiente?

Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o virus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda extremar a higiene das mãos.

17.- O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?

Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe todos somos igualmente suscetíveis.

18.- Qual é a população que está atacando este vírus?

De 20 a 50 anos de idade.

19.- É útil a máscara para cobrir a boca?

Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente eficaz.

20.- Posso fazer exercício ao ar livre?

Sim, o vírus não anda no ar nem tem asas.

21.- Serve para algo tomar Vitamina C?

Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.

22.- Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?

A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar, escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.

23.- O virus se move?

Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do organismo.

24.- Os mascotes contagiam o vírus?

Este vírus não, provavelmente contagiem outro tipo de vírus.

25.- Se vou ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?

Não.

26.- Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?

As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os antivirais mas em caso de de contagio e com estrito controle médico.

27.- O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?

Não sabemos que estragos possa fazer no processo, já que é um vírus novo.

28.- Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?

Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

29.- Serve para algo tomar antivirales antes dos síntomas?

Não serve para nada.

30.- As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?

SIM.

31.- Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?

NAO.

32.- O que mata o vírus?

O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.

33.- O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?

O isolamento.

34.- O álcool em gel é efetivo?

SIM, muito efetivo.

35.- Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?

Não serve para nada, ainda não existe vacina para este vírus.

36.- Este vírus está sob controle?

Não totalmente, mas estão tomando medidas agressivas de contenção.

37.- O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?

A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se propagou de Pessoa a Pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou em mais de 3 países.

38.- Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?

SIM.

39.- As crianças com tosse e gripe têm influenza?

É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas.

40.- Medidas que as pessoas que trabalham devam tomar?

Lavar-se as mãos muitas vezes ao dia.

41.- Posso me contagiar ao ar livre?

Se há pessoas infectadas e que tosam e/ou espirre perto pode acontecer, mas a via aérea é um meio de pouco contágio.

42.- Pode-se comer carne de porco?

SIM pode e não há nenhum risco de contágio.

43.- Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?

Ainda que se controle a epidemia agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode voltar e ainda não haverá uma vacina.

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sábado, 18 de julho de 2009

A PANDEMIA - GRIPE SUÍNA

O VIRUS DA GRIPE (A) SUINA (H1N1)

Hoje recebi um telefonema de uma amiga (profissional de Enfermagem) que trabalha no hospital do Fundão no Rio de Janeiro e ela cancelou a visita que ira fazer na minha casa. MOTIVO: ontem (17/07/2009) já existiam 15 crianças com suspeita da GRIPE SUÍNA e hoje ela contabilizou 3 crianças mortas, sendo a terceira pela manhã. Isso é só o setor de crianças, pois esta pessoa não tem acesso a dados de adultos.

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão disse na imprensa que não vai mais divulgar as estatísticas de casos no país e que o vírus Influenza A (H1N1) circula livremente no território nacional. Isso mostra que já perderam o controle de quantas pessoas estão contaminadas e quantas podem ter morrido.

Esta Gripe Suína não é apenas uma MAROLINHA é uma PANDEMIA, está com força total no Brasil e ela irá atingir você e/ou alguém da sua família, mas isso não é problema porque, segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 6 de julho diz que a taxa de mortalidade continua baixa (0,45%), bem menor que a da dengue.

O GRANDE PROBLEMA É:
O Governo Brasileiro decidiu tomar as medidas que o Governo Argentino vem tomando para combater a Gripe Suína, tratando apenas os casos suspeitos de infecção. Uma conduta que alguns infectologistas consideram duvidosa e questionável.

O Governo da Argentina decidiu tratar apenas os pacientes suspeitos de infecção, ou seja, com sintomas graves ou em grupos de risco (como bebês, idosos e pessoas com baixa imunidade), os únicos a receberem o medicamento Tamiflu. Enquanto isso os Estados Unidos vem tratando todas as pessoas que apresentam os sintomas com o antiviral. O resultado disso é o segundo lugar da Argentina na estatística de mortes pela gripe.

Segundo os infectologistas as primeiras horas de contágio o quadro não se apresenta como grave e o medicamento TAMIFLU, para dar resultado, tem que ser iniciado em até 48 horas depois do início dos sintomas. Se não for dessa forma a doença vai progredir e agravar o quadro do paciente, podendo evoluir para pneumonia.

O TAMIFLU só pode ser comprado nas farmácias com receita médica, mas não se encontra o medicamento para comprar.

ESTATÍSTICA:
Me corrijam se estiver errado (dados coletados na imprensa ata 17 de Julho)
As autoridades argentinas divulgaram: São 3,056 mil casos confirmados por amostra de laboratório, mas o número real de infectados pode chegar a 100 mil. Com 137 mortes registradas, ou seja, 4,48% dos pacientes infectados.

Os ESTADOS UNIDOS tem 37 mil casos e o número de pessoas infectadas pode ter chegado a 1 milhão de americanos, alguns sem nem saber que já teriam sido contaminados. Com 211 mortes registradas, ou seja, 0,57% dos pacientes infectados.

A SAÚDE NO RIO DE JANEIRO
Não quero ser pessimista, mas com a situação crítica dos hospitais e emergências do setor público no Estado do Rio de Janeiro, fico pensando o que poderá acontecer se está Gripe virar uma epidemia aqui (se é que já não virou), a situação das emergências, e a dificuldade de atendimento nos já superlotados hospitais, a falta de leitos de CTI, associado a uma equipe sem capacitação para o atendimento dessa nova gripe que é quase idêntica as famosas viroses que os médicos vivem diagnosticando, onde só o exame laboratorial pode identificar o vírus. Isso me leva a pensar que o Ministério da Saúde deveria rever esta decisão de iniciar o tratamento apenas nos casos graves, caso contrário o Brasil corre o risco de ser o primeiro colocado desta estatística.

Que Deus ajude os profissionais de saúde para que possam ajudar a população desse pais.

Gripe Suína - Sintomas, Contágio, Prevenção e Tratamento


A Gripe Suina é uma doença que tem como conseqüência uma variante do vírus H1N1, a transmissão e a apresentação dos sintomas da gripe suina pode ocorrer através do contato com o animal e objetos contaminados. Sendo que surgiu uma nova variante, que pode ser disseminada entre humanos e esta causando uma epidemia no México. Desde o seu surgimento, a gripe já fez centenas de vítimas, a organização de saúde Mundial, declarou que a doença já esta sendo uma emergência na saúde pública internacional. A gripe suina tem seu contágio através das vias aéreas, como a gripe comum, com contato diretamente ou indiretamente, por meio das mãos com objetos contaminados, o vírus também se espalha, inclusive pelo próprio ar ambiente. A contaminação pela carne suína, esta descartada, desde que se cozinha a mesma à 71 graus Celsius, eles afirmam que o vírus não sobrevive.

Contágio da Gripe Suina
Esse vírus pode passar, por proximidade, dos porcos para os seres humanos. Pela tosse ou pelo espirro de pacientes infectados, a gripe pode ser transmitida entre as pessoas. Não há contaminação ao comer a carne de porco cozida (a 71°) porque os vírus da gripe suína são destruídos a essa temperatura.

Sintomas da gripe
Os sinais são semelhantes aos da gripe comum, porém, mais agudos e incluem febre acima de 38°, moleza, falta de apetite e tosse. Coriza clara, garganta seca, náusea, vômito e diarréia também podem acontecer; assim como, dores de cabeça, irritação nos olhos e dor muscular e articular. O paciente pode evoluir para pneumonia no esta mais grave da doença.

Prevenção
Hábitos diários de prevenção da gripe suína e outras doenças contagiosas:
Cubra o nariz e boca com um lenço quando tossir ou espirrar. Jogue o lenço no lixo depois de usá-lo.
Alguns vírus e bactérias podem viver duas horas ou mais em superfícies como mesas de cafés, maçaneta, e lavatório.
Lavar as mãos frequentemente vai ajudar a reduzir as chances de contaminação nestas superfícies comuns.
Evite tocar em seus olhos, nariz ou boca.
Evite contatos com pessoas doentes.
Tente permanecer em boa saúde geral: Durma bastante , seja ativo fisicamente ; modere o seu stress; beba líquidos em abundância, e coma alimento nutritivo.


Tratamento
Algumas drogas antivirais estão sendo usadas na prevenção e tratamento da doença, tentando impedir a replicação do vírus dentro do corpo humano. O resultado é a diminuição da agressividade da infecção com a terapia. Para maior eficácia, é necessário começar sua utilização nos dois primeiros dias de sintomas. Por outro lado, o uso indiscriminado desses remédios pode induzir a mais mutações e a efeitos colaterais com riscos desnecessários.

Mais informações no site do Ministério da Saúde:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534

sábado, 16 de maio de 2009

UMA MÁFIA QUE ATUA A MUITOS ANOS EM HOSPITAIS E AS AUTORIDADES NADA FAZEM - DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

REVISTA ISTO É - Edição 2062 - 20 MAI/2009

Tráfico de órgãos

Falta de fiscalização em IMLs e hospitais facilita ação de máfia e alimenta o comércio clandestino que vende até cadáver inteiro

Alan Rodrigues


O enfermeiro A.L. teve o órgão de um de seus familiares supostamente roubado em um hospital municipal em São Paulo. A.L. denunciou o caso à polícia e hoje vive com medo de ser perseguido. Por isso, não permite ser fotografado e se esconde atrás de suas iniciais. Ele viveu um drama típico de roteiro de cinema. Mas sua história é real. Faz parte de um escândalo que foge ao controle das autoridades brasileiras. Os fatos: passava pouco mais das 5h da madrugada de 14 de maio de 2008 quando o enfermeiro, acompanhado de sua tia M.R.S., entrou no necrotério do Hospital Municipal do Tatuapé, para o reconhecimento e preparação do corpo de sua avó Adelina Ribeiro dos Santos, falecida naquele centro médico, horas antes, em decorrência de necrose de alças intestinais, septicemia e falência múltipla dos órgãos. Próximo ao local, A.L. observou que a sala estava com a porta entreaberta e que lá dentro, além de dois cadáveres expostos em duas mesas lado a lado, outras duas pessoas vestidas com jalecos brancos movimentavam os corpos. Ao chegar perto, o enfermeiro constatou que a equipe médica, que estava no local, e que não era do quadro de funcionários do hospital, retirava o globo ocular de sua avó. "Na hora que olhei para minha avó, vi que seus órgãos estavam sendo roubados", conta. "Ela não era doadora. Mesmo se fosse, morreu de infecção generalizada e seus órgãos não podiam ser transplantados", lembra. De imediato, A.L. mandou que as duas mulheres parassem o que faziam, chamou a polícia e não deixou que ninguém abandonasse o local.

LUCRO Criminosos movimentam por ano de US$ 7 milhões a US$ 12 milhões no mundo


DENÚNCIA "Na maioria dos casos, os traficantes comercializam na internet", diz maria Elilda Santos

Na verdade, o enfermeiro já havia ouvido a acusação de que aquele mesmo hospital público tinha sido denunciado, em 2007, pelo Conselho de Enfermagem de São Paulo, ao Ministério da Saúde, como um local onde ocorriam retiradas ilegais de córneas.

A confusão levou o enfermeiro, sua tia e as duas mulheres, identificadas como funcionárias do Banco de Olhos de Sorocaba - o maior do Brasil -, para a delegacia. Diante do delegado, as funcionárias alegaram que extraíram do cadáver errado os tecidos oculares.


"Foi um erro, uma troca acidental. Assumimos isso diante da polícia", admite Edil Vidal de Souza, superintendente do Banco de Olhos. O Ministério Público de São Paulo não concordou que tudo se resumiu a uma falha de procedimento. "A remoção do globo ocular do corpo de Adelina desobedeceu, de forma intencional, todas as normas vigentes", diz o promotor Roberto Porto. "Não há como alegar engano na identificação dos corpos", completa. Agora, passado um ano, a Justiça paulista, de forma inédita, aceitou a denúncia dos promotores do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) contra o Banco de Olhos pela prática de crime de retirada de órgãos sem a autorização da família e marcou o julgamento para novembro. "A doação é louvável e importantíssima para salvar outras vidas, mas o governo tem de criar controles mais rígidos para fiscalizar as captações de órgãos", entende Porto. Segundo a direção do Hospital do Tatuapé, eles só cedem o espaço físico ao Banco de Olhos e nada têm a ver com a captação de órgãos.

Estas irregularidades não são exclusividade do Estado de São Paulo. A freira Maria Elilda Santos que coordena a ONG Organ Traffic, ligada à Igreja Católica, que combate o tráfico de órgãos no Brasil e na África, já tinha alertado as autoridades brasileiras sobre a atuação desse suposto esquema criminoso. "Nenhum doador sabe se de fato seus órgãos foram para quem está na fila de transplante", diz Elilda. Pior: ela desconfia das estatísticas oficiais. Em 2008, foram feitos 17.428 transplantes. No entanto, segundo a Organ Traffic, sem nenhum controle, porque as equipes agem por conta própria em hospitais e necrotérios, como no caso da avó de A.L. No Brasil, existem 1.282 equipes habilitadas em 937 hospitais para realizar tais procedimentos. O mais grave é que o MP paulista descobriu que muitos desses funcionários recebem comissão para conseguir os órgãos. "São quadrilhas que se escondem atrás do nome de captadores e agem sem escrúpulos para cumprir uma demanda", diz Elilda. A freira, que denunciou o drama de A.L. à Organização dos Estados Americanos (OEA), e o promotor Porto entendem que deve ser feito um acompanhamento da retirada dos órgãos por agentes públicos. Em 2007, o Ministério da Saúde fez um acordo com o Conselho Federal de Enfermagem de só permitir o procedimento de extração de córneas com a supervisão de um enfermeiro.

O ministério, porém, alega que a fiscalização cabe às secretarias estaduais.


Organizações como a de Elilda, amparadas em números da ONU, calculam que a máfia do tráfico de órgãos movimenta no mundo entre US$ 7 milhões e US$ 12 milhões ao ano. Nesse mercado existe até uma tabela de preços que orienta a comercialização de partes do corpo humano entre os países. Um coração vale R$ 100 mil, um rim R$ 80 mil e as córneas chegam a custar R$ 20 mil. Vende-se de tudo. "Há ofertas de fígado, pulmão e até do cadáver inteiro", denuncia Elilda. "Na maioria dos casos, os traficantes comercializam na internet", conta.

Foi através da rede mundial de computadores que o empresário paranaense Mércio Eliano Barbosa conseguiu comprar, em abril do ano passado, um cadáver por R$ 30 mil para forjar a própria morte. A história de novela deu certo em sua primeira etapa. Mércio ganhou atestado de óbito, corpo, enterro e uma parte do dinheiro até que a polícia descobrisse a falcatrua. "A ideia dele era receber as apólices de três seguros de vida, um nos EUA, de US$ 1,6 milhão, e dois no Brasil, de R$ 300 mil", diz o delegado Robson César da Silva, chefe do Nurce, Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos do Paraná. "O absurdo foi tanto que ele esteve no próprio enterro, junto com a irmã e um amigo", conta o delegado. Todos foram presos.

NA mala Lubomira é presa com três corações, um fígado e um pâncreas no carro
As investigações mostraram que a tentativa de golpe teve a colaboração do papiloscopista do Instituo Médico Legal de Curitiba, João Alcione Cavalli, que assina os atestados de óbito. Depois da prisão, descobriu-se que o médico supostamente se envolveu na venda de outros cinco corpos. A investigação continua. Porém, esses não são os únicos casos que envolvem o IML da capital paranaense, que está sob intervenção do próprio governo estadual.

Em agosto do ano passado, a médica legista Lubomira Verônica Oliva foi presa transportando ilegalmente no porta-malas de seu carro três corações, um pedaço de fígado e vísceras. A médica, que também é professora do curso de medicina da Universidade Federal do Paraná, alegou que os órgãos seriam levados para fins de estudos científicos.

PUNIÇÃO O Brasil será julgado pela OEA por combate ineficaz ao comércio de órgãos

O Brasil está sendo acionado em tribunais internacionais e nos próximos dias o governo brasileiro poderá ser condenado na corte de direitos humanos da OEA por não combater com o rigor necessário o tráfico de órgãos. Em 2005, o Congresso Nacional realizou uma CPI para investigar este crime. Os parlamentares comprovaram a existência de uma máfia brasileira e a comissão indiciou nove médicos. Até hoje, nenhum deles foi preso.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

SERÁ QUE O FILHO DE LULA TAMBÉM PEGA ÔNIBUS LOTADO???

ISTO É - Edição 2061 - 13/05/2009

Como vivem os irmãos de Lula

A História de seis brasileiros que sofrem com o ônibus lotado, o desemprego e a violência, como a maioria da população, embora sejam da família do presidente da república

por Alan Rodrigues e Frederic Jean (fotos)


OS SILVA Pela primeira vez, Jaime (no alto), Marinete, Vavá, Maria, Frei Chico e Tiana
revelam o que mudou em suas vidas com a chegada do irmão à Presidência da República

Uma parte do teto da sala da casa do marceneiro aposentado Jaime Inácio da Silva, 72 anos, está sem pintura. Morador da periferia de São Bernardo do Campo, ele vive com a família em um imóvel de dois quartos. Como a reforma já dura anos, foi surpreendido pelo desemprego da filha, Regina, antes de completar o acabamento. "A tinta acabou e não deu para comprar mais", desculpa-se ao visitante. Ele sabe de cabeça o preço de um saco de cimento, um metro cúbico de areia ou uma caixa de ladrilho hidráulico.

No Brasil, quatro em cada dez aposentados brasileiros não conseguem viver com o benefício que recebem do Estado. Jaime é um deles. Há 14 anos, ele complementa sua renda fazendo bicos. Até dezembro, saltava da cama às cinco da matina, sacolejava por uma hora e meia no ônibus lotado até chegar à capital paulista, onde trabalhava em uma empresa metalúrgica. Com a crise financeira, a firma diminuiu o ritmo da produção de peças e Jaime foi colocado em férias remuneradas. "A barra tá difícil", diz. Nos últimos dias, ele trocou a metalurgia pela máquina de costura e passou a ajudar Regina, costureira acidental.

Há pouco mais de seis meses, Jaime chegava do trabalho e foi rendido no portão por quatro assaltantes. Os homens o fizeram entrar e saíram de lá com a televisão - um dos poucos bens de valor da família, ao lado da máquina de costura. Com sacrifício, conseguiu comprar outro aparelho. Afinal de contas, trata-se de sua única diversão. E ele precisa, pois a distração é parte do tratamento de um câncer na garganta que o fez passar por 40 sessões de radioterapia. Jaime viveu seu drama sem jamais pedir nada ao homem mais poderoso do País - por acaso, seu irmão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por um simples motivo: aos olhos de muitas pessoas, a história de Jaime é um drama.

Mas a família de Lula aprendeu a conviver com as adversidades e a enfrentá-las. E elas, hoje, são muitas. "Lula foi eleito para resolver os problemas do Brasil e não da família Silva", resigna-se Jaime, sem citar que as duas coisas se confundem. Desde a ascensão de Lula ao poder, quase nada foi alterado no destino e na rotina dos seis irmãos do presidente. Na última semana, pela primeira vez, todos eles aceitaram receber em suas casas uma equipe de reportagem e ISTOÉ constatou que os outros filhos de dona Lindu e seu Aristides continuam a viver como brasileiros comuns. Da mesma forma que consideraram normal a morte, ainda na infância, de quatro irmãos e assistiram ao mais velho, Zé Cuia, sucumbir à doença de Chagas.

Anormal para eles é mesmo ser irmão de presidente. "É um inferno", diz José Ferreira de Melo, o Frei Chico. "Perdemos toda a nossa liberdade", reclama Genival Inácio da Silva, o Vavá, ex-metalúrgico e funcionário público aposentado da Prefeitura de São Bernardo. Todos têm orgulho da vitória de Lula, mas contam nos dedos os dias que faltam para chegar 2011 e têm horror de pensar em um terceiro mandato.

Ao contrário do que boa parte da população possa imaginar, ter um irmão no Palácio do Planalto, para eles, causa muito mais dissabor do que alegria. O melhor exemplo é o que aconteceu com Vavá. Em 2005, ele foi acusado pela Polícia Federal de montar um escritório de lobby para empresários atuarem em prefeituras petistas e na Esplanada dos Ministérios. Na época, a PF invadiu sua casa, juntou documentos e não encontrou nada que provasse a denúncia. "Até gostei, verificaram minha vida e viram que não tenho nada de sujeira", diz. "As pessoas não aceitam que os irmãos de Lula não tenham nada." Ele também sofre com problemas de saúde.

OS SILVA SE ORGULHAM DO PRESIDENTE, MAS RECLAMAM QUE
PERDERAM A LIBERDADE

Nos últimos seis anos, passou por seis cirurgias - uma na coluna e cinco nas pernas para resolver problemas de circulação. Com dificuldades para caminhar, montou uma enfermaria na sala de casa. Vavá acredita que a saúde ele recupera logo, mas a liberdade só mesmo depois de o irmão deixar o poder. "Temos a vida vigiada, a gente vive grampeado", diz. O episódio da PF não trouxe só prejuízo a Vavá. Sua filha foi demitida do emprego porque o dono da firma em que ela trabalhava achou que a sobrinha do presidente dentro de sua empresa também poderia atrair a atenção de espiões. "Desde então, estou desempregada.

Estou ganhando a vida fazendo um trabalho para uma banda de música de forró. Mas sou especialista em tecnologia de informação", diz Andréa, que, como dois de seus primos e, diga-se de passagem, 9% da população brasileira, está procurando emprego.

Irmã mais velha do presidente, Marinete Leite Cerqueira, 70 anos, também atribui o desemprego da filha ao partido de Lula. "Esse menino do PT que assumiu a prefeitura (Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo) demitiu a minha filha. Agora ela está desempregada, tem 51 anos e precisa muito do emprego. Foi uma judiação", diz ela, enquanto pendura roupas no varal. Sua filha era comissionada e foi obrigada a ceder lugar a quem fez concurso. Além do desemprego da filha, Marinete está triste porque perdeu o marido recentemente.

Ele morreu de infarto dentro de casa. "Foi uma pena, estávamos acabando a reforma", conta ela, doméstica desde adolescente - trabalho que a deixou com problemas de coluna e a obriga a fazer RPG e sessões de acupuntura. Marinete está feliz, porém, com o filme Lula, o filho do Brasil. Apaixonada por televisão, sobretudo novelas, Marinete não se conteve quando ficou cara a cara com Glória Pires, que fará o papel de dona Lindu. "Eu não acredito que estou ao lado de você, Glória Pires! Não pode ser verdade", disse ela, como todo fã diante de um ídolo.


"Lula não foi eleito para resolver os problemas da família Silva"
Jaime Inácio da Silva, 72 anos, marceneiro aposentado
Assim como Vavá, Frei Chico também clama por liberdade. "Tenho a sensação de viver pior que na época da ditadura. Você não pode sequer comprar um carro melhorzinho, reformar a casa ou viajar, que logo as pessoas vão falar: 'Tá vendo, ele é irmão do Lula'", diz ele, que nunca vestiu uma batina e assumiu como apelido o codinome dos tempos de militante comunista.

Revoltado, Frei Chico continua o discurso: "O problema que ninguém sabe é que, no meu caso, junto veio um carnê de 48 prestações de 800 pratas." O carro melhorzinho é um Honda Civic, câmbio automático, ano 2005. Ele é o único irmão motorizado. "Se a filha do Fernando Henrique Cardoso, que recebia salário de mais de R$ 7 mil do Senado sem aparecer no trabalho, fosse de nossa família, a desgraça estava feita", critica Frei Chico, metalúrgico aposentado e responsável pela entrada de Lula no sindicalismo.

Assim como Marinete, ele também sofre com dores na coluna e quinzenalmente pratica sessões de RPG. Todos os dias faz caminhada e uma parada obrigatória para tomar café e fumar um cigarro com motoristas de táxi no ponto da igreja matriz da cidade. Como um bom político, cumprimenta a todos com bom humor e brincadeiras. Tem um sonho para assim que o irmão deixar a Presidência: "Como comunista, quero ir a Cuba com minha família. Já até recebi convites, mas, se eu aceitar, no outro dia o mundo cai."
"Esse menino do PT que assumiu a prefeitura demitiu a minha filha"
Marinete Leite Cerqueira, 70 anos, dona de casa
"As pessoas não aceitam que os irmãos de Lula não tenham nada"
Genival Inácio da Silva, o Vavá, 69 anos, metalúrgico aposentado

"Como comunista, quero ir a Cuba. Se aceitar um convite, o mundo cai"
José Ferreira de Melo, o Frei Chico, 67 anos, metalúrgico aposentado
Entre os Silva, a irmã Maria Ferreira Moreno, a "Maria Baixinha", é a que mais preocupa a todos, principalmente o presidente Lula. Como 70 milhões de brasileiros, Maria tem problemas com a obesidade e já chegou a pesar 80 quilos - perdeu 17. No começo do mandato do irmão, quando ela apostou com a apresentadora Ana Maria Braga que perderia 15 quilos em três meses, perdeu dois a mais e ganhou um automóvel Corsa como prêmio.

O carro foi dado de presente ao filho, que trabalha como caminhoneiro. Há cinco anos, Maria perdeu o marido e entrou em depressão profunda, voltou a engordar e chegou aos 94 quilos, mais que excessivos para quem mede apenas 1,38 m. "Comia uma torta doce de dois quilos na madrugada", revela. Além da obesidade, teve hipertensão e diabete. Há três anos, Maria resolveu fazer uma cirurgia de redução de estômago e perdeu 44 quilos.
Quando pensou que seus problemas de saúde estavam sob controle, há 11 meses, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. O choque com o resultado voltou a balançá-la emocionalmente e, desde então, vive praticamente em reclusão. Tem evitado até a família. Perdeu mais dez quilos.
Com apenas um filho, Maria é quem mais conversa com o presidente. "Toda semana nos falamos e ele vem muito a minha casa", conta. Maria vive da aposentadoria do marido e mora numa edícula de um quarto nos fundos da casa do filho e da nora. Além da quimioterapia, ela terá que se submeter a uma cirurgia no ombro esquerdo nos próximos dias, por causa de uma queda em casa. "A prótese que eu tinha colocado por causa de uma bursite saiu do lugar", conta.

Aos 59 anos, a caçula dos Silva, Tiana, também teve uma das filhas demitida depois que o irmão chegou à Presidência. "Minha filha foi demitida do trabalho assim que o Lula ganhou a eleição. O chefe dela não quis ter a sobrinha do presidente dentro de sua empresa", lamenta. A moça é outra costureira na família Silva, pois ainda não conseguiu emprego.

SÓ UM IRMÃO DE LULA TEM CARRO, TODOS MORAM EM CASAS SIMPLES E TRÊS SOFREM COM DOENÇAS GRAVES

Bemhumorada, apesar de tudo, Tiana conta aos visitantes a maior curiosidade de sua biografia. Seu nome, na certidão, é Ruth. Quando foi registrada, o funcionário do cartório achou o nome Sebastiana, dado por dona Lindu, muito feio, e mudou sem falar nada a ninguém. A mãe, analfabeta, nem percebeu a troca.

"Toda semana nos falamos e o Lula vem muito a minha casa"
Maria Ferreira Moreno, 66 anos, dona de casa

Apesar da boa conversa, Tiana detesta aparecer e odeia fotos. Natural para quem leva a sua vida de trabalhadora e, de jeito nenhum, gostaria de ser reconhecida na rua. Faz tudo pelo anonimato. Servente em uma escola do Estado, na periferia da capital, Tiana pega o ônibus às cinco da manhã todos os dias para, no fim do mês, como outras 18 mil agentes escolares, receber pouco mais de R$ 600.

Há pouco tempo, na agitação da cozinha da escola, Tiana escorregou na comida que os alunos deixaram cair no chão e caiu, quebrando o tornozelo. Só na última semana abandonou a bengala e começou a fazer fisioterapia. Assim como 90% das mulheres brasileiras, Tiana ainda dá duro com a dupla jornada de trabalho. Ela deixa o serviço e continua a rotina de dona de casa, principalmente cozinhando. Mas não reclama de nada. "Essa é a vida como ela é", diz. Pode ser. O certo é que é a vida dos Silva.
"O chefe de minha filha não quis ter a sobrinha do presidente na empresa"
Tiana, 59 anos, merendeira

domingo, 3 de maio de 2009

SE DANDO BEM - SERÁ QUE O JUDICIARIO TAMBÉM APODRECEU?

REVISTA Isto é

Edição 2060 - 06/05/2009
Contrariando uma norma do STJ, o ministro Carlos Alberto Direito, do STF, fazia uso de privilégios para favorecer familiares e amigos nos embarques e desembarques no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro

DOZE PEDIDOS Documentos do STJ mostram que a família de Direito
solicitou upgrade à Air France e "atendimento especial" à Receita e à PF

ANTIGOS PRIVILÉGIOS...

FAVOR PARA O FILHO Pedido de atendimento especial à Receita, à PF e à Infraero para Carlos Gustavo Direito e a mulher, Theresa, que chegavam de Paris

Na mesma semana em que a Câmara dos Deputados se viu pressionada pela opinião pública a acabar com a chamada "farra das passagens aéreas", documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ demonstram que, na Esplanada dos Ministérios, a obtenção de privilégios pessoais ou para parentes, graças à função pública, não estava restrita ao Legislativo. Doze ofícios do Superior Tribunal de Justiça (STJ), emitidos entre fevereiro e dezembro de 2008, revelam que familiares e amigos do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinham acesso a um esquema VIP nos embarques e desembarques internacionais no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Assim, era possível ir a Paris numa classe superior à determinada pela passagem e voltar de Miami sem passar pelos trâmites impostos pela Receita Federal aos cidadãos comuns, que muitas vezes se veem obrigados a abrir as malas nos saguões de desembarque. Familiares e amigos do ministro também não ficavam nas filas que antecedem os equipamentos de raio X da Polícia Federal e tinham franqueado acesso a áreas restritas do aeroporto.

O Superior Tribunal de Justiça tem, no Rio de Janeiro e em São Paulo, representações destinadas a facilitar o deslocamento dos ministros quando estão a serviço da corte. Direito foi ministro do STJ durante 11 anos, mas em agosto de 2007 o presidente Lula o indicou para o Supremo Tribunal Federal. Direito, contudo, continuou a usar a estrutura do outro tribunal para facilitar o trânsito da mulher, dos filhos, da nora e de amigos no Aeroporto Internacional do Galeão.

Em 10 de fevereiro do ano passado, por exemplo, Carlos Gustavo Vianna Direito, juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e sua mulher, Theresa Direito, chegaram ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, às 7h25. Viajaram no voo 0442 da Air France, procedente de Paris. Três dias antes, em 7 de fevereiro, o ofício 018/08 do Superior Tribunal de Justiça, informava ao inspetor-chefe da Receita Federal no aeroporto, Elis Marcio Rodrigues e Silva, que Carlos Gustavo é filho de Carlos Alberto Menezes Direito, ministro do Supremo Tribunal Federal, e solicitava que ele e a mulher recebessem "atendimento especial para o desembarque".

O documento do STJ pede ainda que tanto o ministro Direito como sua esposa, Wanda, possam ter acesso "à área restrita do aeroporto" para se encontrar com o casal. No mesmo dia, o então chefe da representação do Superior Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, Wagner Cristiano Moretzsohn, expediu outros dois ofícios. O de número 017/08 foi encaminhado a Paulo Roberto Falcão Ribeiro, delegado da Polícia Federal no aeroporto Antônio Carlos Jobim, e o de número 016/08 teve como destinatária a coordenadora de comunicação social da Infraero no aeroporto, Izabel Iria D'Abbadia. O conteúdo deles é idêntico ao que fora encaminhado à Receita Federal. "Os documentos mostram que, a pedido do tribunal, esses passageiros podem ter saído do avião e entrado em um carro sem passar pela alfândega ou mesmo pelo terminal do aeroporto", explicou à ISTOÉ um funcionário da Infraero no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Em 17 de julho do ano passado, Moretzsohn encaminhou um outro ofício do Superior Tribunal de Justiça ao inspetor-chefe da Receita no Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Nele, o ex-chefe de representação do STJ no Rio solicita "atendimento especial" para a promotora de Justiça Luciana Direito, filha do ministro do STF, e também pede para que o pai ministro possa ter acesso à área restrita do aeroporto. "Não existe na legislação previsão sobre atendimento especial no embarque ou desembarque para autoridades, seus filhos ou amigos", disse à ISTOÉ Valéria Barbosa, chefe de comunicação social da Receita Federal em Brasília.

Luciana desembarcou às 8h05 do vôo 0247 da British Airlines, procedente de Londres, em 21 de julho do ano passado. A chegada da promotora Luciana ao Brasil contou com os mesmos privilégios dados em fevereiro a seu irmão e a sua cunhada. Além da Receita, ofícios com conteúdo semelhantes foram encaminhados pelo STJ aos representantes da Polícia Federal e da Infraero no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. "Os parentes dos ministros costumam chegar de viagem carregando cinco ou seis malas gigantes e passam direto pela alfândega", disse à ISTOÉ uma fiscal da Receita Federal no aeroporto Antônio Carlos Jobim, na tarde da terça-feira 28.

Norma desrespeitada - Além de contrariar a legislação da Receita, os pedidos oficiais em nome do ministro Direito feriram também uma norma interna do STJ. A resolução número 02/2008, assinada pelo presidente Cesar Asfor Rocha, em 29 de outubro do ano passado, estabelece "rotinas administrativas para os serviços de embarque e desembarque dos ministros do Tribunal e para o uso dos serviços das representações no Rio de Janeiro e em São Paulo". No artigo 1º, Asfor Rocha determina que os "serviços relativos ao embarque e desembarque serão privativos dos ministros em atividade, dos aposentados e dos respectivos cônjuges". Nenhuma referência é feita a autoridades de outros tribunais ou a filhos, parentes e amigos dos ministros. Em seguida, determina que "apenas com expressa autorização do presidente os serviços poderão ser estendidos a outras pessoas".

Apesar da resolução interna, Direito continuou usando os privilégios para favorecer parentes. Em 25 de novembro, ofícios do STJ encaminhados à Receita e à Polícia Federal pediam "atendimento especial para o desembarque" de Wanda Direito, mulher do ministro do STF. Ela vinha de Londres, no voo 0249 da British Airlines que pousou no Rio na noite de 27 de novembro, exatos 28 dias depois da assinatura da resolução que limitava o serviço aos magistrados do STJ. Na semana passada, um colega de Direito no STF revelou à ISTOÉ que ele tem insistido para que o Supremo monte estruturas de apoio no Rio e em São Paulo nos moldes das existentes no STJ.
Os documentos agora revelados por ISTOÉ também comprovam privilégios concedidos a parentes e amigos do ministro Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiça. Em 1º de novembro do ano passado, portanto depois da determinação de Asfor Rocha, a filha do ministro, Mariana Fux, e a juíza federal Débora Blaishman desembarcaram do voo 8085, da TAM, procedente de Paris. Ofícios do STJ encaminhados à Receita Federal, à Polícia Federal, à Infraero e à TAM, em 31 de outubro, solicitam que ambas tenham "atendimento especial" no desembarque.

Mudança de classe - O cidadão comum, que paga religiosamente seus impostos, precisa amargar horas e horas nos saguões dos aeroportos em uma rotina que passa por enormes filas de check-in, revistas de agentes da Polícia Federal e inspeções da alfândega. Mas os parentes e amigos dos ministros Direito e Fux não só passam ao largo desse ritual incômodo como ganham até a oportunidade de mudar a classe da sua passagem, o que no jargão das companhias aéreas se chama de "upgrade".

No dia 9 de dezembro do ano passado, por exemplo, o representante do STJ no Rio cita Luiz Fux para pedir os privilégios costumeiros a uma amiga da filha do ministro. Assim, tanto a Polícia Federal quanto a Infraero recebem a solicitação de "atendimento especial" para o embarque da juíza Débora Blaishman, amiga de Mariana Fux. Mas o STJ também encaminhou o ofício 116/08. Ele foi destinado ao gerente da American Airlines no aeroporto Antônio Carlos Jobim, Herlichy Bastos. No documento, o então chefe da representação do tribunal no Rio de Janeiro solicita que "seja providenciado 'special service', 'upgrade' e acesso à sala VIP da companhia" para a amiga da filha do ministro. No dia seguinte, 10 de dezembro, a juíza Débora Blaishman embarcou às 23h35 no voo 0990 da American Airlines, com destino a Miami.

O "atendimento especial" pedido em dezembro do ano passado para a amiga da família Fux atenta contra a norma administrativa do próprio STJ. Mas a solicitação de "upgrade e acesso à sala VIP" endereçada à companhia aérea pode vir a gerar questionamentos na hora do julgamento de diversos processos no STJ. Consulta feita no site do tribunal onde Fux é ministro mostra que a American Airlines é parte em 178 ações.

Em 3 de dezembro de 2008, o gerente da Air France no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Antônio Jorge Assunção, recebeu o ofício 112/08 do STJ. No documento, é solicitado que Carlos Gustavo Vianna Direito, filho do ministro do STF, e a juíza Daniella Alvarez Prado tenham acesso à sala VIP da companhia aérea, "atendimento especial e check-in com assento no up deck" do voo 0447 com destino a Paris. Up deck é a nominação do pavimento superior do Boeing 747 usado na ocasião pela Air France em voos intercontinentais. Segundo um funcionário da companhia, era lá que ficava a primeira classe. Em valores atuais, uma passagem Rio-Paris-Rio varia de R$ 3.800 a R$ 6.200 na classe econômica, custa cerca de R$ 9.000 na executiva e R$ 19.600 na primeira classe. A Air France, segundo informação contida nos sites dos tribunais, é parte em 111 processos no STJ e em 50 no Supremo Tribunal Federal. Três deles encontramse sob a responsabilidade do ministro Direito, cujo nome consta no ofício 112/08, expedido depois da entrada em vigor da norma do presidente Cesar Asfor Rocha, limitando este privilégio apenas aos ministros do STJ e suas esposas. Na tarde da quarta-feira, 29 de abril, Istoé entrou em contato com o gabinete de Direito e também com a assessoria de imprensa do STF, mas não conseguiu ouvir o ministro. "Não era coisa específica minha, era coisa do Tribunal. Talvez fosse derivada do relacionamento do chefe da representação do STJ no Rio com os funcionários do aeroporto", disse o ministro Fux referindo- se a Moretzsohn.

"ATENDIMENTO ESPECIAL " Ofício do STJ pediu à Receita, à PF e à Infraero para facilitar o trânsito de Wanda, mulher de Direito, que chegava de Londres

Durante a ditadura militar, Carlos Alberto Direito ocupou a chefia de gabinete do ministro da Educação, Nei Braga. No governo Sarney, foi presidente da Casa da Moeda do Brasil. Chegou a desembargador no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por indicação do ex-governador Moreira Franco e depois foi para o STJ durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 28 de agosto de 2007, já na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, Direito foi escolhido para a vaga de Sepúlveda Pertence no Supremo Tribunal Federal. Ao ser sabatinado para a mais alta corte de Justiça do País, ele passou pelo constrangimento de ouvir uma pergunta do falecido senador Jefferson Peres (PDT-AM) sobre um episódio antigo, que envolvia seu filho.
Direito participou no STJ da votação de um processo milionário contra a Petrobras, em que o filho Carlos Gustavo atuou como estagiário do escritório que representava a parte contrária à estatal. A ação tinha sido movida pela empresa Porto Seguro e a Petrobras chegou a ser condenada a indenizar a seguradora em US$ 3,4 bilhões e a pagar US$ 681 milhões para o escritório que representou a Porto Seguro e no qual trabalhava o filho do ministro. Emocionado, Direito disse aos senadores que o julgamento fora anulado no STJ quando se tornou pública a participação de seu filho no processo. "Toda a minha vida foi dedicada a isso: à honra e à dignidade", disse o magistrado no Senado.


Os documentos do Superior Tribunal de Justiça relacionando os privilégios concedidos aos parentes e amigos dos ministros das mais altas cortes do País são de 2008. No entanto, um ministro do STF ouvido na última semana por ISTOÉ admite que esses benefícios possam ser bem maiores do que os até agora revelados.

Embora os dados relativos ao uso do dinheiro público no Poder Judiciário não sejam tão transparentes quanto os do Legislativo e do Executivo, é possível afirmar que as despesas com passagens aéreas vêm aumentando. Segundo dados levantados pela assessoria técnica do PSDB no sistema que registra todos os gastos públicos do País, o Siafi, o Judiciário gastou, no primeiro trimestre do ano passado, R$ 1,9 milhão com passagens aéreas. Entre janeiro e março deste ano o gasto foi de R$ 2,6 milhões, um aumento de 37,1%.

Os 17 ofícios com pedidos de privilégios no embarque e desembarque de voos internacionais para os familiares e amigos dos ministros Direito e Fux foram assinados por Wagner Cristiano Moretzsohn, que mantinha como auxiliares cinco PMs terceirizados na representação do STJ. No início desse ano, depois de uma sindicância, ele foi afastado do cargo, por determinação do ministro Cesar Asfor Rocha. Os motivos do afastamento não foram revelados, mas denúncias encaminhadas ao STJ o acusam de usar indevidamente carros oficiais, bem como superfaturar o pagamento de manutenção da frota e valores pagos para viagens internacionais. ISTOÉ procurou Moretzsohn, mas ninguém respondia no seu telefone celular.

Também foi constatado pela equipe de Asfor Rocha que as relações de Moretzsohn não são compatíveis com o que se espera de um funcionário importante de uma das mais altas cortes da Justiça brasileira. Policial militar do Rio de Janeiro, Moretzsohn era bastante próximo do ex-deputado Álvaro Lins, ex-chefe de polícia do Estado. Atualmente preso no Complexo Penitenciário de Bangu, Lins foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando através do Aeroporto Antônio Carlos Jobim e formação de quadrilha.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

GRIPE ESPANHOLA - A HISTÓRIA DA PANDEMIA DE 1918

História

Pandemia de gripe de 1918


Juliana Rocha
Abrigados em trincheiras, os soldados enfrentavam, além de um inimigo sem rosto, chuvas, lama, piolhos e ratos. Eram vitimados por doenças como a tifo e a febre quintana, quando não caíam mortos por tiros e gases venenosos.

Parece bem ruim, não é mesmo? Era. Mas a situação naquela Europa transformada em campo de batalha da Primeira Grande Guerra Mundial pioraria ainda mais em 1918. Tropas inteiras griparam-se, mas as dores de cabeça, a febre e a falta de ar eram muito graves e, em poucos dias, o doente morria incapaz de respirar e com o pulmões cheios de líquido.
Em carta descoberta e publicada no British Medical Journal quase 60 anos depois da pandemia de 1918-1919, um médico norte-americano diz que a doença começa como o tipo comum de gripe, mas os doentes “desenvolvem rapidamente o tipo mais viscoso de pneumonia jamais visto. Duas horas após darem entrada [no hospital], têm manchas castanho-avermelhadas nas maçãs do rosto e algumas horas mais tarde pode-se começar a ver a cianose estendendo-se por toda a face a partir das orelhas, até que se torna difícil distinguir o homem negro do branco. A morte chega em poucas horas e acontece simplesmente como uma falta de ar, até que morrem sufocados. É horrível. Pode-se ficar olhando um, dois ou 20 homens morrerem, mas ver esses pobres-diabos sendo abatidos como moscas deixa qualquer um exasperado”.

A gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha – apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal.
Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul.


O mal chega ao Brasil

No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país.

As autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas de Portugal sobre os sofrimentos provocados pela pandemia de gripe na Europa. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, com tropas em trânsito por conta da guerra, essa aposta se revelou rapidamente um engano.

Tinha-se medo de sair à rua. Em São Paulo, especialmente, quem tinha condições deixou a cidade, refugiando-se no interior, onde a gripe não tinha aparecido. Diante do desconhecimento de medidas terapêuticas para evitar o contágio ou curar os doentes, as autoridades aconselhavam apenas que se evitasse as aglomerações.

Nos jornais multiplicavam-se receitas: cartas enviadas por leitores recomendavam pitadas de tabaco e queima de alfazema ou incenso para evitar o contágio e desinfetar o ar. Com o avanço da pandemia, sal de quinino, remédio usado no tratamento da malária e muito popular na época, passou a ser distribuído à população, mesmo sem qualquer comprovação científica de sua eficiência contra o vírus da gripe.

Imagine a avenida Rio Branco ou a avenida Paulista sem congestionamentos ou pessoas caminhando pelas calçadas. Pense nos jogos de futebol. Mas, ao invés de estádios cheios, imagine os jogadores exibindo suas habilidades em campo para arquibancadas vazias. Pois, durante a pandemia de 1918, as cidades ficaram exatamente assim: bancos, repartições públicas, teatros, bares e tantos outros estabelecimentos fecharam as portas ou por falta de funcionários ou por falta de clientes.

Pedro Nava, historiador que presenciou os acontecimentos no Rio de Janeiro em 1918, escreve que “aterrava a velocidade do contágio e o número de pessoas que estavam sendo acometidas. Nenhuma de nossas calamidades chegara aos pés da moléstia reinante: o terrível não era o número de casualidades - mas não haver quem fabricasse caixões, quem os levasse ao cemitério, quem abrisse covas e enterrasse os mortos. O espantoso já não era a quantidade de doentes, mas o fato de estarem quase todos doentes, a impossibilidade de ajudar, tratar, transportar comida, vender gêneros, aviar receitas, exercer, em suma, os misteres indispensáveis à vida coletiva”.

Durante a pandemia de 1918, Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz, reestruturando sua organização administrativa e de pesquisa. A convite do então presidente da república, Venceslau Brás, Chagas liderou ainda a campanha para combater a gripe espanhola, implementando cinco hospitais emergenciais e 27 postos de atendimento à população em diferentes pontos do Rio de Janeiro.

Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes. Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram.

A evolução de um vírus mortal

Ainda hoje restam dúvidas sobre onde surgiu e o que fez da gripe de 1918 uma doença tão terrível. Estudos realizados entre as décadas de 1970 e 1990 sugerem que uma nova cepa de vírus influenza surgiu em 1916 e que, por meio de mutações graduais e sucessivas, assumiu sua forma mortal em 1918.

Essa hipótese é corroborada por outro mistério da ciência: um surto de encefalite letárgica, espécie de doença do sono que foi inicialmente associada à gripe, surgido em 1916.

As estimativas do número de mortos em todo o mundo durante a pandemia de gripe em 1918-1919 variam entre 20 e 40 milhões. Para você ter uma ideia nem os combates da primeira ou da segunda Grande Guerra Mundial mataram tanto. Cerca de 9 milhões e 200 mil pessoas morreram nos campos de batalha da Primeira Grande Guerra (1914-1918). A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) responde pela morte de 15 milhões de combatentes.


Leia também:
Atchin! É gripe?

Fontes de informações:
The Influenza Pandemic of 1918 - Human Virology at Stanford/Standford University

KOLATA, Gina. Gripe: a história da pandemia de 1918. Rio de Janeiro: Record, 2002. 382p.

TEIXEIRA, Luiz Antonio. Medo e morte: Sobre a epidemia de gripe espanhola de 1918. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Instituto de Medicina Social, 1993. 32p. Série Estudos em Saúde Coletiva, n.59.





Imagens retiradas em:
Clube de EngenhariaNational Museum of Health and Medicine/Armed Forces Institute of Pathology, Washington